Stuart Hall

Hall cita em seu trabalho o conceito de “Crise de identidade”, vista como parte de um processo mais amplo de mudança, que está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referencia que aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social. Nesse sentido, o yoga dialoga com essa definição, uma vez que seus praticantes são pessoas que buscam sua identidade, desejam desvendar o fundamento do seu fenômeno, se preocupam em SE conhecer, e serem detentores da “atma-tattva” (“conhecimento de si”).

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O Yoga é um exercício que nos leva a refletir como prendemos nossa identidade às instituições, cargos, lugares, e outros círculos sociais, senão nossa real identidade, aquilo que temos de único, ou o que gostamos de fazer, ou o que nos identificamos, ou temos como característica essencial. Além de Stuart Hall, outro autor que dialoga com esse aspecto é Scruton, que diz:

“A condição de homem, exige que o indivíduo, embora exista a aja como um ser autônomo [...] identifique-se como um membro de uma sociedade, grupo, classe, estado ou nação.”

 [Scruton, 1986, p.156]

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“No mundo moderno, as culturas nacionais em que nascemos se constituem em uma das principais fontes de identidade cultural. Ao nos definirmos, algumas vezes dizemos que somos ingleses ou galeses ou indianos ou jamaicanos. Obviamente, ao fazer isso estamos falando de forma metafórica, essas identidades não estão literalmente impressas em nossos genes. Entretanto, nós efetivamente pensamos nelas como se fossem parte de nossa natureza essencial.”

 [Hall, 2014, p.47]

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O evento em si do Dia Internacional do Yoga no Memorial da América Latina, surge como uma possibilidade que se tem de conhecer novas manifestações culturais de qualquer povo ou país, sem haver especificamente a necessidade de viajar até lugares perfis de cartões postais. Nesse aspecto, a mídia tem um papel fundamental, atuando na veiculação de notícias, que canonizam certos locais turísticos como os locais em que a verdadeira cultura se encontra. Ainda nesse aspecto pode-se inserir outro conceito trabalhado por

 

Stuart Hall – a Tradução – que se define por:

“Aquelas formações de identidade que atravessam as fronteiras da nação”

(Hall, 2014)

“Se quisermos provar as cozinhas exóticas de outras culturas em um único lugar, devemos ir comer em Manhattan, Paris ou Londres e não em Calcutá ou em Nova Deli”.

(Hall, 2014, p. 47)

 

Bauman

Bauman é outro autor que também dialoga com a questão da Identidade, principalmente relacionada ao processo de Globalização. Nesse sentido, o Yoga surge como mais um das diversas propriedades estrangeiras que compõe nosso cotidiano.

“Seu Cristo é judeu. Seu carro é japonês. Sua pizza é italiana. Sua democracia, grega. Seu café, brasileiro. Seu feriado, turco. Seus algarismos, arábicos. Suas letras, latinas. Só o seu vizinho é estrangeiro”.

(BAUMAN, 2005, p. 32)

Porque seu hobbie, modo de vida, etc. não pode ser o YOGA?

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Filme: Narradores de Javé

Nosso trabalho dialoga com esse longa, no aspecto do reconhecimento e relevância social que determinada manifestação cultural possui. Isso é, no filme, os moradores de Javé buscaram legitimar sua importância cultural e social para que tivessem sua vila tombada como patrimônio público, concomitantemente o Dia Internacional do Yoga também teve que o fazer para que fosse instituído como tal.

Ainda em relação com o filme, é valido ressaltar que ainda que a vila provasse e legitimasse sua importância como tal, isso não (necessariamente) faria com que ela de fato fosse imediatamente tombada, ou ainda que sua cultura fosse mantida e preservada. Dessa mesma forma, intitular o Dia Internacional do Yoga não faz com que ele seja (efetivamente) conhecido por todos no globo.